segunda-feira, 20 de abril de 2009

Felicidade: o que vem a ser afinal?

Boa noite caro(a) leitor(a)!

Longe de considerar-me um iluminado ou, sequer, um entendido sobre o assunto de que falo, afirmo precisamente o contrário. Não percebo nada do que significa ser feliz e do que raio vem a ser essa palavra de que tanta gente como eu corre atrás sem sequer se aperceber que essa mesma busca significa apenas uma coisa: eu não sou feliz neste preciso momento. Eu estou a declarar perante o Universo que não estou a obter aquilo que desejo, estou a dizer ao Universo que ele não é generoso, que não é abundante, que ele não é suficiente forte para suprir todas as minhas necessidades através de um mero estalido de dedos. E Ele, como está cá para não me desiludir, como está cá para corresponder físicamente a todos os meus pensamentos e emoções mais intensos e predominantes, oferece-me essa mesma experiência de carência, esse mesmo estado emocional de busca constante.

Sim, porque a felicidade é, acima de qualquer teoria, um estado emocional positivo. Tudo aquilo que procuro na vida são estados emocionais positivos. Sinto emoções positivas quando penso positivo e quando tenho experiências agradáveis ou consigo evitar experiências potencialmente desagradáveis. Sim, porque a felicidade não consiste apenas em aceder ao "bom" mas, também e em grande medida, evitar o "mau". Na minha vida, sempre que percebo ter-me livrado de algo "mau" (por exemplo, ter feito uma cadeira difícil como o caraças na universidade) sinto-me muita feliz, vou logo sair todo contente, jantar fora e beber uma ou duas finaças...tipo, tás a ver...dar um belo dum miminho a mim próprio. Ou então, quando me livrei de empregos e estágios da treta, não tás bem a ver o alívio que senti. Outra situação que me proporciona uma elevadíssima sensação de bem estar é o período que se segue a uma valente dor de cabeça. Estou plenamente convencido de que este tipo de felicidade não é aquele a que, frequentemente, me refiro e ao que me é dado parecer, a maioria das pessoas se refere. Este tipo de felicidade está fatalmente associada à outra face da mesma moeda chamada infelicidade. E esses dois estados também me parecem fora doe controlo. Por um lado posso sair à noite, estar com os amigos, ir a uma discoteca, socializar, dançar, divertir-me, ouvir boa música mas...o dia seguinte é preenchido com algum vazio. Aquele estado emocional fantástico que tanto prometia é substituído pela dor de ter perdido este estado. Este estado não é a verdadeira felicidade.

A verdadeira FELICIDADE a que me refiro e a que grande parte das pessoas se refere é um estado permanente, um estado tão natural como respirar, um estado de bem-estar, calma, paz e harmonia, total presença no momento, humildade, profunda devoção perante o mundo que me rodeia, desprendimento, liberdade física e psicológica, consciência desperta, fluindo na vida como quem surfa uma onda. Um estado de atenção consciente em que consigo responder criativamente a qualquer situação que me surja, com firmeza mas, sem agressividade. É um estado de confiança total para fazer aquilo que acho correcto sem, no entanto, depender de nenhum resultado positivo. É a coragem para arriscar fazer algo que quero fazer mesmo que corra o risco de "falhar". Mas para isso tenho de ter criado previamente um estado de vibração elevado ao qual possa aceder dentro de mim próprio de modo a não depender uma nesga que seja de resultados positivos provenientes do exterior. Somente posso estar disposto a arriscar se, no fundo, souber que nada tenho a perder porque, mesmo que "perca", posso chegar a casa e religar-me à inesgotável fonte de energia interior de modo a recarregar a bateria, a recuperar a energia perdida nas batalhas quotidianas.

Fugindo da divagação, o estado emocional que procuro tem muito a ver com a recuperação consciente do estado de êxtase, alegria, curiosidade pelo que me rodeia, paixão pela vida que senti na infância e que acredito que, à minha semelhança, muitos tenham sentido. Aquele prazer de correr todo maluco atrás de uma bola durante horas a fio, todo sujo, fizesse sol ou chuva, sentindo total liberdade, sem preocupação com o que os outros pudessem pensar ou dizer a respeito disso, sem preocupações com regras estúpidas e etiquetas socias, a autenticidade pura e dura. É, no fundo, esse estado ao qual pretendo retornar, com maior consciência do que então, maior responsabilidade, mas com a mesma alegria, a mesma inocência, de uma forma mais refinada, como é óbvio, mas isso mesmo.

Ser um Homem com a mente de um adulto e o coração de uma criança!

P.S.:Mas continuo sem saber ao certo o que é isso de "Felicidade"