quarta-feira, 20 de abril de 2011

O resgate da face original


Boa tarde, sejas quem fores, espero que te encontres bem contigo próprio e que te encontres sentado porque este post é o mais importante que alguma vez escrevi na minha vida. Este post trata daquilo que considero ser a prioridade nº1 da minha vida e que acredito, deveria ser a prioridade nº1 de toda a gente ou, no mínimo, de toda a gente que ambiciona aceder a um estado interior de paz, alegria e felicidade duradouros. Neste sentido, parece-me que o factor mais importante a ter em conta é o Resgate da Face Original.


O Resgate da Face Original consiste num mergulho profundo para dentro de nós próprios em busca da verdade pessoal sobre quem somos e sobre como deveremos conduzir as nossas vidas. Por mais programas de desenvolvimento pessoal que existam e, na minha opinião, todos os que experimentei têm imenso valor e contribuíram para o meu bem-estar, esses programas apenas promovem mudanças de curto-prazo, mudanças pouco consistentes, mudanças mais relacionadas com melhorias momentâneas nos estados emocionais do que, propriamente, uma subida de nível de Ser ou nível de Consciência. 

Importa aqui deixar muito bem claro o que vem a ser a diferença entre um estado e um nível. Basicamente, um estado é algo que se atinge momentaneamente enquanto que um nível, é algo onde se vive de uma forma quase permanente. Dando um exemplo, uma pessoa poderá viver no nível de consciência da tristeza mas, de vez em quando, poderá experienciar o estado de consciência da alegria quer consiga aceder a esse estado de uma forma intencional e consciente (através da prática de exercício físico ou de uma prática de meditação, por exemplo), quer de uma forma inconsciente (devido a mudanças orgânicas produzidas por uma boa noite de sono, por exemplo). No entanto, o nível predominante em que a pessoa se encontra não deixa de ser o da tristeza. O nível de Ser ou o nível de Consciência atrai as diversas circunstâncias da vida, bem como as actividades que levamos a cabo, aquilo que pensamos, aquilo que sentimos, numa base regular, diária. Por esta ordem de ideias se poderá deduzir logicamente que, quanto mais elevado for o nosso nível de Ser ou de Consciência, melhores serão os nossos pensamentos, as nossas emoções, as nossas acções e, por acréscimo, melhor será a nossa qualidade de vida, o nosso bem-estar, a nossa bondade para com os outros, a nossa generosidade, porque quanto mais tivermos para nós, mais teremos para partilhar com os outros. Uma pessoa que viva no nível de Consciência da tristeza, será isso que terá para partilhar com os demais. E quem quererá partilhar desse estado interior senão o mesmo tipo de pessoa que viva no nível de consciência da tristeza? Ou seja, o nível de consciência atrai para nós pessoas do mesmo tipo o que vem reforçar a permanência nesse mesmo nível. Então, se nós queremos atrair para a nossa vida as melhores condições possíveis o que te parece que temos de fazer? Obviamente, subir de nível de Consciência. Então e como é que se faz para subir a escada dos níveis de Consciência. A resposta para mim é óbvia porque a aplico diariamente e sei que funciona: MEDITAÇÃO!

Então mas o que é que faz essa tal meditação que tem o poder de nos elevar o nível de Consciência?

Há que procurar, em primeiro lugar, entender o que poderá ser esta questão da Consciência, uma palavra que em si mesma poderá estar já um pouco carregada de determinados significados. Segundo entendo a questão, a Consciência é para mim uma espécie de discernimento claro acerca do que devo ou não devo fazer em cada momento, tendo em conta o meu objectivo de máximo bem-estar e auto-realização. A Consciência é uma espécie de vozinha interior que diz coisas tais como “Deixa estar isso…não te preocupes que tudo vai acabar bem” ou “Tem calma, não respondas a essa provocação porque é isso que a outra pessoa quer que faças” ou “Talvez o melhor seja ires por ali, fazeres isso desta ou daquela maneira”, ou ainda “Está quieto, deixa passar o estado emocional negativo dessa pessoa, daqui a nada já está tudo calmo outra vez, simplifica”, dá para compreender a ideia de como actua a Consciência. 

Para quem conhece a história do Pinóquio lembrar-se-á que, por trás deste boneco existe sempre a personagem do Grilo Falante. Neste caso, o Pinóquio representa o mentiroso dentro de nós, aquele que segue as ilusões da mente, ou seja, o EGO, enquanto que o Grilo Falante está sempre por trás dele a tentar, em vão, dissuadi-lo de fazer todos os seus disparates, simbolizando a CONSCIÊNCIA. E, curiosamente, este boneco, até quase ao final do filme, foi um boneco de madeira, ou seja, ainda não humano. Apenas no final da história, o boneco morre, nascendo o Ser Humano verdadeiro. Não quererá isto dizer que apenas quando abandonamos o EGO (identificação com a mente e as suas mentiras) e despertamos CONSCIÊNCIA, nos tornamos verdadeiramente Humanos? Consta que Walt Disney se tratava de um indivíduo bastante esclarecido. Aliás, as suas obras permitem intuir isso mesmo!

A Consciência é uma função mais elevada do que a mente, está mais próxima da linguagem do coração, da linguagem da intuição, da linguagem da clarividência, da linguagem da telepatia que nos permite entender de uma forma muito subtil, subliminar o que é acertado ou não fazer nas diferentes situações da vida, de momento a momento. E para despertar a Consciência é necessário, em primeiro lugar, compreender a necessidade de o fazer e, depois, saber como o fazer e, depois, fazê-lo diariamente para o resto da vida! 

A meditação, ferramenta fundamental para conseguir o nosso objectivo de despertar Consciência, permite-nos entrar em contacto com o mais profundo de nós mesmos e, esse contacto com o mais profundo de nós mesmos, enche-nos de energia e esta energia corresponde precisamente a uma elevação do Nível de Consciência porque, para nos elevarmos acima da MENTE Pinóquia (que nos engana sistematicamente com pensamentos erróneos e negativos que nos atiram para níveis de Ser inferiores que magnetizam condições de vida complicadas e dolorosas) precisamos de energia, ou seja, precisamos de Consciência, precisamos do desenvolvimento de uma entidade interna capaz de observar a MENTE falaciosa. 

Podemos pensar que a mente é como uma espécie de ladrão. Se o ladrão pensar que não está a ser observado, ele irá fazer o que bem entender, porque sabe que não haverá nenhuma punição. No entanto, se este ladrão souber que está a ser observado ele poderá, mesmo assim, prevaricar, mas não com o mesmo à vontade. Por isso, observar a mente com a Consciência (e, por isso, uma função mais elevada do que a mente), permite à Consciência direccionar a mente de forma correcta. Costuma-se dizer que a mente ao serviço da Consciência é uma ferramenta extraordinária, uma verdadeira caçadora de soluções, capaz de realizar prodígios. No entanto, a mente como senhora da Consciência é altamente perigosa porque a mente em si apenas procura a satisfação do prazer (consumo de drogas, tabaco, álcool, comida em excesso, etc) e a fuga da dor (fuga do trabalho que tem de ser feito, fuga às dificuldades e problemas que têm de ser enfrentados, etc), originando, por essea razão, toda a espécie de problemas e dificuldades. 

Neste sentido, a prática diária da meditação, ao mesmo tempo que reduz o poder da mente, aumenta o poder da Consciência, função através da qual devemos conduzir as nossas vidas porque é ela que sabe do que realmente necessitamos para ter uma vida de extraordinária qualidade. E para termos uma vida de extraordinária qualidade não precisamos de mais nada além de: casa, comida, roupa lavada, água e amor no coração, proveniente da gratidão por termos tudo aquilo de que necessitamos. O resgate da face original consegue-se através do despertar da Consciência, através da prática diária da meditação e também, através do afastamento gradual de circunstâncias que, a pouco e pouco, vamos percebendo que prejudicam a nossa qualidade de vida. E esse afastamento processa-se de forma natural e tranquila, uma vez que, à medida que avançamos na meditação e aumentamos o nosso nível de Consciência vamo-nos tornando cada vez mais incompatíveis com pessoas, locais e actividades onde existam emoções e energias negativas tais como, a raiva, o desejo, as bebedeiras, entre outras que começam a causar um elevado incómodo a quem tem a sua Consciência desperta. Essa Consciência desperta permite a uma qualquer pessoa identificar “Epah, estar aqui a fazer isto, neste lugar, com este tipo de pessoa não é nada bom para mim! Por isso, vou-me embora!” 

Esta é uma atitude que se começou a tornar vulgar, comum e corrente em mim, à medida que a minha Consciência tem vindo a despertar. Inicialmente, essa Consciência e atitude verificava-se para as actividades mais grosseiras, como beber álcool, fumar e ir a discotecas. Mas aos poucos tem-se vindo a estender a outras áreas, tais como certas relações pessoais, certas actividades, certos tipos de música negativa que ouvia e que já não ouço, etc. E, para mim, é este o processo que nos conduz ao resgate da face original, o objectivo verdadeiro e principal de quem quer viver a vida extraordinária à qual sempre teve direito.

Se quiseres saber como meditar visualiza o meu post acerca da meditação, o post anterior a este. Espero que fiques bem e que tomes a decisão maravilhosa de iniciar o resgate da tua face original. Um grande abraço para ti e até breve!