terça-feira, 5 de julho de 2011

A importância de lidar calmamente com as adversidades da vida

Mais uma vez olá meu caríssimo ser humano!

Eu hoje estou inspirado para escrever posts, é quase como se toda a motivação que por vezes me falta durante semanas se tivesse concentrado toda num único dia, dia em que resolvi tirar folga do meu magnífico trabalho.

Este post trata de calma que, por vezes, nem sempre é fácil de ter perante as várias e inesperadas situações que a vida nos coloca. A vida tem uma forma muito peculiar de nos testar, de nos colocar à prova. E, curiosamente, o mesmo tipo de situações irão repetir-se continuamente até que aprendamos a lidar construtivamente com essas circunstâncias. E a magia desta questão é que, uma adversidade deixa sempre de o ser, a partir do momento em que passamos a saber lidar com ela, a dar-lhe a volta por cima. O que leva a concluir que, a adversidade é sempre uma percepção subjectiva, baseada na noção da dificuldade em lidar com uma determinada circunstância. A importância dos diversos acontecimentos da vidanunca se pode comparar com a importância de lhes reagir adequadamente. Por exemplo, se temos dificuldade em lidar com pessoas agressivas, se sempre lhes reagimos com medo e culpa, é bem provável que continuemos a ter de enfrentar repetidamente o mesmo tipo de pessoas e situações uma vez que os núcleos do medo e da culpa continuam activos dentro de nós. No entanto, no momento em que reagirmos adequadamente perante tal tipo de pessoas, se compreendermos o que elas verdadeiramente querem, se compreendermos que elas pretendem induzir-nos a alinhar em certo tipo de jogo no qual são controladoras e alguém é controlado por elas, teremos a hipótese de superar esse jogo e essas circunstâncias tenderão, cada vez mais, a deixar de ocorrer. Significa que passámos no teste, finalmente.

Dando um exemplo pessoal, encontrava-me há mais de duas semanas numa praia fluvial, onde trabalho como Nadador-Salvador. É um trabalho, por vezes, bastante monótono, o que me levou a criar mecanismos adequados para o combate ao tédio. Um dos mecanismos que utilizo é a vocalização do mantra OM. Inspiro lentamente, pela frente do peito abaixo, até aos órgãos sexuais e, em seguida, exalo a vocalização do mantra OM - OOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMM - pela espinha dorsal acima até ao coração, passando pelo cérebro, o que me vai colocando num estado de intensa paz e autenticidade, que me leva a fazer coisas totalmente autênticas e saídas do coração. Nesse dia, essa acção foi a de ir dar um mergulho de uma ponte. Era algo que eu fazia já há bastante tempo, embora, neste ano, tenha sido a primeira vez que o fiz. Desloquei-me calmamente à ponte de ferro, empoleirei-me e mergulhei de cabeça para a água, sentindo o corpo refrescar cada vez mais à medida que o mesmo penetrava pela água abaixo. Vindo ao de cimo, avistei duas personagens que não sei de onde cairam mas que, ambas, vestiam calças azuis escuras e camiza azul clara. Nesse momento pensei: "estou lixado". No entanto, calmo como estava, devido à vocalização do mantra OM, pensei também: "bem, já que fui apanhado e fui mesmo, olha, só me resta lidar maduramente com a situação, assumir o erro, dar razão aos senhores, pedir desculpa e prometer que tal não voltará a acontecer". Nadei para terra e fui falar com os senhores, que me perguntaram se eu era o Nadador-Salvador, ao que respondi que sim. Perguntaram também o que eu achava do exemplo que, como Nadador-Salvador estava a dar às pessoas ao que respondi que, apesar de não ser o melhro exemplo, apenas o tinha feito porque se encontravam poucas pessoas dentro de água e por estar maré cheia, pelo que o perigo era mínimo. A coisa acabou por ficar por ali, não houve multas, não houve queixas, não houve consequências uma vez que não mostrei qualquer medo, não mostrei culpa, assumi a responsabilidade pelo que havia feito, pedi desculpas, prometi não repetir o comportamento e fui deixado em paz. 

Obviamente, para um indivíduo de tipo Mental-Espiritual que sou, esta situação não pode deixar de ter o seu significado. É óbvio que a vida utilizou estes dois agentes para ver como eu me safava desta situação. E obviamente que passei no teste. Por isso, nestas situações, há que manter a calma, pensar sobre o que se vai fazer, aceitar que do ponto de vista de outrém não se agiu bem, assumir a responsabilidade, pedir desculpas e prometer que tal não tornará a acontecer.

E era isto que tinha para partilhar. Um grande abraço para ti caro leitor!

A importância de controlar a língua

Olá grande e caro leitor, tudo fixe contigo?

Venho aqui hoje ao blog para escrever sobre um tema importante e pertinente numa sociedade da informação em que acredito que se dá demasiada importância às palavras e que essa situação origina uma enorme quantidade de conflitos entre as pessoas, se se estivesse consciente de que as palavras têm pouco valor.

No entanto, esta conclusão de que as palavras têm pouco valor não deve servir de impulso para dizermos aquilo que bem nos apetece a todo aquele que nos aparecer pela frente. As palavras têm pouca importância, de facto, para quem está num nível de consciência acima do meramente egocêntrico, para quem está minimamente desperto. Para quem não está suficientemente desperto (e lamento ter de dizê-lo, mas é a maioria das pessoas), as palavras têm de facto imensa importância. Umas palavrinhas, um mero conjunto mais ou menos articulado de letras, é suficiente, em muitos casos, para levar uma pessoa à alegria ou ao desespero num curto espaço de tempo, ou seja, nessa circunstância as pessoas são meras vítimas das circunstâncias, das palavras, de ar e som. 

O significado que se atribui ao que os outros dizem é o verdadeiramente importante, é aquilo que verdadeiramente é responsável pelas emoções sentidas por parte daqueles a quem as palavras são dirigidas. Se a pessoa que ouve certas palavras for suficientemente consciente para não se deixar identificar com o que está a ser dito, é capaz de permanecer sereno e impassível, compreendedno que, mesmo que a outra pessoa esteja a ser desagradável e insultuosa, esse estado pertence a ela mesma e não tem necessariamente a ver com o receptor do insulto. Pode também acontecer e acontece frequentemente, certas pessoas utilizarem os elogios, as palavras doces para levar alguém a actuar de boa vontade no sentido da sua própria conveniência.

Recordo há pouco mais de duas semanas uma situação ocorrida numa praia fluvial onde trabalho como Nadador-Salvador. A situação tinha a ver com uma rixa de palavras por telemóvel ocorridas entre duas raparigas, em que uma havia chamado a outra de "mulher da vida", meretriz, vaca, entre outras designações altamente interpretadas como pejorativas entre as mulheres. De repente, vejo a receptora de tais insultos, levantar-se, dirigir-se à rapariga em questão que se encontrava com o seu grupo de amigos, forçá-la a levantar-se e atirar-se aos seus cabelos, puxando-os violentamente e cobrindo-a, seguidamente, de fortes bofetadas até ao momento em que a sua irmã interveio e lhe pediu que parasse de bater na pobre rapariga, uma vez que já havia sido suficiente. 

Não se tratando de nada que tivesse a ver comigo, permaneci sereno a observar o desenrolar da situação, enquanto pensava de mim para mim o quanto umas meras palavrinhas lidas num ecrã de telemóvel podiam ter em si mesmas o poder de manejar os 5 cinco centros da máquina orgânica de uma pessoa (Intelectual, Emocional, Motor, Instintivo e Sexual), tal como um artista maneja uma marioneta. Sinto-me forçado a dizer que por vezes, não somos mais do que isso mesmo: marionetas manejadas por fios invisíveis. (Ocorre-me que neste preciso momento posso, eu mesmo, estar a ser movido por fios invisíveis que me levam a escrever este post, eheh). O que aconteceu aqui foi que, a rapariga que enviou a mensagem, teve o poder de levar a outra rapariga a agir contra si, um poder usado de forma prejudicial para si mesma, uma forma negativa de poder. Estas palavras representaram uma ameaça contra o auto-conceito dessa rapariga. Por outras palavras, houve uma identificação com os insultos, de seguida essa identificação conduziu à fascinação egóica e, por fim, a fascinação egóica conduziu ao sono da consciência e aos terríveis actos de violência que poderiam ter consequências imprevisíveis. Todos sabemos que violência gera violência e que, caso não tivesse sido travada, não sei o que poderia ter acontecido. Tudo isto por causa de umas palavrinhas...

No entanto, a rapariga que foi vítima das bofetadas e dos puxões de cabelos, além do vexame a que foi exposta em plena praça pública, terá aprendido uma lição e, provavelmente, não voltará a repetir este comportamento. Terá aprendido o enorme poder que as palavras têm, que podem originar consequências de enormes dimensões. A vida, o universo, usou a rapariga que a esbofeteou como uma professora do ginásio psicológico da vida, foi uma forma de mostrar que as palavras têm poder e que este poder deve ser usado para o bem e nunca para o mal.

Em jeito de conclusão, gostaria de afirmar que o nosso dever para com a palavra é duplo: por um lado usar a nossa palavra de uma forma muito cuidadosa e sempre com bons intuitos; por outro, não nos identificarmos com aquilo que nos é dito. Aquilo que nos dizem que somos é apenas uma história que outra pessoa conta a si mesma acerca do que lhe convém acreditar acerca de nós e a verdade do que somos é a verdade do que somos e sempre seremos aquilo que somos, nunca o que os outros dizem que somos, tanto para o bem como para o mal.

Um grande abraço e obrigado por leres este post. Se quiseres, deixa-me o teu comentário, dúvida ou sugestão!