quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma forma de descobrir o que queremos na vida

Esta é uma questão bastante importante na tua vida se é que pretendes viver uma vida com intencionalidade e propósito. A partir do momento em que colocaste no google palavras-chave que te transportaram até aqui (e nada acontece por acaso!), podes crer que és uma pessoa que não está satisfeita com a sua condição actual, que não se contenta em meramente existir e ambiciona ser, passar para um novo patamar de satisfação existencial, facto em relação ao qual te dou, desde já, os meus parabéns! E para conseguires isso, nada melhor do que começares por saber o que realmente queres na vida, o que realmente é importante para que te sintas bem e poderes, então, começar a mover-te nesse sentido.

Há um livro de que gostei muito e cujo título é "O Monge que vendeu o seu Ferrari" de Robin Sharma em que um dos personagens do livro, um mestre Indiano, afirma, a dada altura, qualquer coisa como: "O objectivo da vida é uma vida com objectivos", afirmação à qual acrescentaria que o objectivo da vida é uma vida com objectivos capazes de preencher os valores mais importantes de cada um. Essa afirmação surgiu na sequência de um ensinamento prático dado por um Iogue pertencente a uma tribo Indiana, onde o personagem principal, Julian Mantle, se dirigira, com o propósito de descobrir o sentido da sua vida. Caminhavam os dois na floresta, quando, a dada altura, o Iogue pegou num arco e numa flecha disparando, então, uma flecha que sobrevoou várias árvores para cair no meio do mato, longe do alcance da vista. Esta metáfora teve a intenção de elucidar Julian Mantle de que nunca será possível acertar num alvo se o mesmo não estiver definido. Por outras palavras: se não sabes para onde queres ir, qualquer lugar serve. Isto corresponde a viver a vida por defeito, sem intencionalidade, sem propósito, o que não tem nada de errado mas que conduz de forma natural e gradual a um estado interno de frustração, ansiedade e mal-estar. Quanto a ti, não sei, mas a mim, tal cenário não me parece lá muito atractivo. Por isso, bora lá procurar o cenário oposto, que é o cenário atractivo, o que nos interessa, aquele que nos oferece uma vida com propósito, uma vida com objectivos que preencham os nossos valores. Esta questão dos valores ficará para um próximo post, visto que são os nossos valores que criam os nossos objectivos (por exemplo, se um valor para mim for a prosperidade financeira, faz todo o sentido traçar o objectivo de, por exemplo, ganhar €100.000 até final de 2011).

Então, deixando de lado questões futuras, vamos lá ver como raio se descobre o que se quer na vida. Vou apresentar de seguida um exercício que se pode chamar de exercício de clareza pela oposição. A clareza pela oposição é muito útil para se conseguir compreender o que se quer através da consciência do que não se quer. Este exercício assenta na realidade psicológica de que o ser humano se sente naturalmente muito mais compelido a fugir das coisas de que não gosta do que a procurar as coisas de que gosta. Tendo também em conta que, nos tempos que correm, estamos sujeitos a uma quantidade muito maior de estímulos desagradáveis do que a estímulos agradáveis, torna-se também mais fácil identificar do que não se gosta.

Simplificando e apresentando, finalmente, o dito exercício, este consiste numa tabelazinha de 2 colunas em que, na coluna da esquerda, irás escrever uma lista o mais extensa possível de tudo o que não queres e não gostas na tua vida, enquanto que, na coluna da direita, indicarás as coisas de que gostas e que queres na tua vida e que, de uma forma simples, são o contrário das coisas de que não gostas e não queres. Exemplos:


Coisas de que não gosto / não quero
Coisas de que gosto / quero

Mau humor

Bom humor
Mentiras
Autenticidade
Pessoas chatas
Pessoas equilibradas
Ambientes de fumo
Ambientes saudáveis / ar puro
Que se intrometam na minha vida
Ter privacidade
Trabalhar para outros
Trabalhar por conta própria
Ouvir desaforos e queixas
Estar com pessoas optimistas/ construtivas

Pessoalmente, considero este exercício muito motivador, uma vez que confere um bom autoconhecimento em relação ao que gostas e ao que não gostas. Aquilo de que gostas é aquilo que queres, certo? Aquilo que queres pode ser transformado em objectivos que façam sentido para ti, certo? Faz-te sentido? No final deste exercício saberás o que realmente queres, saberás quais são os objectivos que fazem sentido para ti, quais as coisas que queres ter na tua vida. E, ao saberes o que queres na tua vida já tens uma direcção para a qual seguir, sendo o trabalho seguinte o de traçar uma estratégia bem delineada para lá chegar, bem como, um prazo em que pretendes atingir esses objectivos. Isto não quer dizer que tenhas de transformar em objectivos todos os elementos da coluna da direita, uma vez que poderás perceber que nem todos eles são assim tão importantes para o teu sentimento de realização. Mas isso já será um trabalho que te cabe fazer, ou seja, determinares, dentre as coisas que gostas e que queres, quais as que fazem sentido para ti transformar em objectivos, ou seja, aquilo que neste momento gostarias de incorporar na tua vida.

Bem, por hoje é tudo! Espero que este post e o exercício proposto te tenham ajudado a definir melhor aquilo que queres na vida. O próximo post abordará uma versão ainda mais poderosa deste exercício, bem como, definição de objectivos. Até lá, desejo-te muita clareza de propósito, sucesso e felicidade!